Rural
Confirmado dois casos de mormo no Rio Grande do Sul
Um deles é em São Lourenço do Sul e o outro em Santo Antônio da Patrulha; as propriedades foram interditadas
O departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria Estadual de Agricultura confirmou, através do exame de Western Blotting (WB), dois casos de mormo após os desfiles de 20 de Setembro. Um foi em um equino em São Lourenço do Sul e outro em Santo Antônio da Patrulha. Com isso, o Estado suspendeu o pleito para ser reconhecido como zona livre de mormo, considerando que um dos critérios que deve ser atendido conforme preconizado na IN 06/2018 é de que o RS esteja há pelo menos três anos sem registrar nenhum novo foco da doença.
Em nota, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) informa ainda que as duas propriedades encontram-se interditadas e sob vigilância do Serviço Veterinário Oficial desde o momento da notificação às Inspetorias Veterinárias dos municípios, estando proibido o ingresso e egresso de equinos destes locais, até que se encerrem os procedimentos de saneamento.
O Estado trata do assunto desde a primeira notificação com extrema transparência por meio de reuniões com associações e entidades envolvidas com equídeos, na sede da SEAPDR. Em função do exposto, permanece a obrigatoriedade do cumprimento das exigências legais como a GTA e apresentação de exames negativos para AIE e Mormo de animais que venham a transitar.
O Rio Grande do Sul teve seu primeiro caso confirmado em 2015, totalizando 47 focos de junho de 2015 até julho de 2017. O último foco havia ocorrido em julho de 2017, fato que fez com que o Estado do Rio Grande do Sul pleiteasse o status de zona livre de mormo.
A doença
Mormo é uma enfermidade infecciosa, de caráter agudo ou crônico que acomete, principalmente, equídeo, podendo também acometer o homem, os carnívoros e eventualmente pequenos ruminantes. O agente etiológico do mormo é a bactéria Burkholderia mallei, um bacilo gram negativo responsável por alta taxa de mortalidade de equídeos, que quando afeta o homem é altamente letal. Os sinais clínicos mais frequentes são febre, tosse e corrimento nasal (purulento que evolui para sanguinolento), além de prostração, pústulas na mucosa que evoluem para úlceras, abscessos nos linfonodos e dispneia. Na fase final da doença a broncopneumonia vai levar o animal a morte por insuficiência respiratória.
No entanto alguns equídeos podem tornar-se portadores assintomáticos, forma considerada preocupante, pois um animal positivo que não manifesta sinais clínicos pode ser fonte de disseminação da doença para outros animais e para as pessoas. Na ausência de tratamento e de vacinas eficazes à prevenção da enfermidade, as recomendações e estratégias de profilaxia e controle estão descritas em legislação específica do Programa
Nacional de Sanidade de Equídeos a Instrução Normativa nº 06/2018 entre elas a obrigatoriedade de exame negativo para trânsito de equídeos e participação em eventos e sacrifício de animais positivos.
Diagnóstico
Os métodos oficiais utilizados para o diagnóstico do Mormo no Brasil e consequentemente adotados no Estado do Rio Grande do Sul são os de Fixação do Complemento (FC), ELISA (testes de triagem), técnicas previstas na Instrução Normativa nº 06/2018, podendo ser utilizado para diagnóstico confirmatório e conclusivo o método de diagnóstico molecular e bioquímico de Western Blotting (WB). Todos esses métodos estão previstos nas inúmeras recomendações da OIE e foram utilizados por países como os EUA e a Inglaterra, que obtiveram sucesso na erradicação do Mormo.
Teste de Western-Blotting
Com relação ao teste de Western-Blotting (WB), exame também utilizado para confirmação do Mormo, é um método em biologia molecular e bioquímica. Para emissão de resultado, os pesquisadores examinam a quantidade de proteína em uma dada amostra e comparam os níveis entre diversos grupos. Importante ressaltar que além do diagnóstico confirmatório de mormo, o WB é teste confirmatório de HIV em humanos e que também é um teste definitivo para a Doença da Vaca Louca.
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